domingo, 2 de janeiro de 2022

Elias Coutinho – Técnicas de Improvisação



A pedido do meu grande amigo Emerson, vou criar está página com a sequencia de estudos que faço até hoje e que são de extrema importância para quem quer improvisar.

Primeiro vou citar uma frase que o grande Ademir Junior citou no curso de verão em Brasilia, em que tive a honra de te-lo como professor, e que de acordo com ele esta frase é de Wynton Marsalis: “Para se poder estar na porta do mundo da improvisação, o mínimo que se deve saber é: escalas, arpejos e intervalos, todos”.
E uma frase que sempre uso com meus alunos é a seguinte: “Se você não sabe nem a estrutura básica de um acorde, que é a tríade, como já quer saber qual escala usar”.
Sendo assim nosso estudo começa com arpejo, pois com o laboratório do meu curso de improvisação percebi que quando cheguei e os enchi de escalas, eles ficaram voando sem rumo, mas quando comecei com arpejos, o entendimento foi maior.

Vamos a algumas definições:
Intervalo: É a distância entre dois sons, e elas podem ser: Maior, Menor, Aumentado ou Diminuto.

Ex:


Acorde: São três ou mais sons executados simultaneamente, a forma básica de se formar um acorde é sobrepor intervalos de terças, mas o mesmo pode ter outras distribuições intervalares.

Ex:


Arpejo: São as notas do acorde executadas sucessivamente (uma após outra).

Ex:

Tríade: Acordes de três sons.
Tétrade: Acordes de quatro sons.

EXERCÍCIOS DE TÉCNICAS DE IMPROVISAÇÃO Nº 01
1a – Os primeiro exercícios consistem em arpejar as sequências de acordes olhando somente para as suas cifras, aqui vai depender da sua honestidade com você mesmo, pois se você escrever na pauta o exercício, será fácil de executar e o objetivo é olhar para um acorde e enxergar claramente todas as suas notas e tensões, ou seja, não adianta escrever e decorar e sair tocando, pois você vai ter o que estava escrito decorado, não aprenderá de fato a ver.O objetivo é chegar a 100 bpm no metrônomo com a semínima como unidade de tempo, executando cada nota em tempo de colcheia. Arpeje os acordes em colcheias começando da tônica e indo até a 7ª, faça isso em cada um dos acordes, em toda a extensão do instrumento, inclusive nos super-agudos.OBS: Este tempo determinado é um tempo básico de objetivo, ou seja, o fiz para que se houvesse um mínimo, mas o limite é você quem diz, só tenha em mente que Michael Brecker não tocava com aquela velocidade estudando tudo em tempo de semínima, é obvio que ele estudava as frases rápidas, aquilo não caia do céu quando ele executava.



Sequência:


Na seção download colocarei o exercício escrito, mas vou ressaltar, executem olhando para as cifras, só há desenvolvimento quando há sinceridade.

1b – Galera, depois do exercício “1a” pronto de verdade, toquem começando na 3ª e indo até Tônica de forma ascendente, vou colocar na seção download para melhor entendimento.

1c – Começar na 5ª do acorde, indo até a 3ª, de forma ascendente.

1d – Começar na 7ª do acorde, indo até a 5ª, de forma ascendente.

1e – Começar no 1º grau, indo até a 3ª, de forma descendente.

1f – Começar no 3º grau, indo até a 5ª, de forma descendente.

1g – Começar no 5ª grau, indo até a 7ª, de forma descendente.

1h – Começar no 7ª grau, indo até o 1º grau, de forma descendente.


Cola dos exercícios:
Estudo de improvisação nº 01




EXERCÍCIOS DE TÉCNICAS DE IMPROVISAÇÃO Nº 01.1.
Definições: Os próximos exercícios tem por objetivo desenvolver a visualização dos acordes, de modo que você não mais enxergara somente a tônica; Criaremos caminhos melódicos somente com arpejos.

Ex:


Este exercício criei dentro de sala de aula, desenvolvendo pouco a pouco e vendo os resultados com meus alunos, não achei em método algum.
Criei as regras para que pudéssemos seguir padrões e ter limites no exercício.

Regras:
Nº 01 – Na passagem de um acorde para outro, sempre busque em 1º lugar as notas do próximo acorde com distância de 1 semitom. Se houver duas opções de semitom, fica a seu critério.
Ex:


Nº 02 – Se não tiver opção de semitom, vá no máximo de 1 tom. Se houver 2 opções fica a seu critério.
Ex:


Nº 03 – Se não houver opção de Semitom e nem de Tom, repita a mesma nota.
Ex:

Para executar o exercício siga está lista de regras, mas lembre-se não são regras de improvisação, são regras para o exercício, que são aplicadas também na improvisação.

Exercício 1.1
1.1a – Inicie o exercício pela Tônica e toque sempre o primeiro ascendente e o outro descendente, e o resto da seqüência vai depender do caminho harmônico que tivermos.




1.1b – Inicie o exercício pela terça do acorde, toque sempre o primeiro ascendente e o outro descendente, e o resto da sequencia vai depender do caminho harmônico que tivermos.


1.1c – Inicie o exercício pela quinta do acorde, toque sempre o primeiro ascendente e o outro descendente, e o resto da sequencia vai depender do caminho harmônico que tivermos.


1.1d – Inicie o exercício pela sétima do acorde, toque sempre o primeiro ascendente e o outro descendente, e o resto da sequencia vai depender do caminho harmônico que tivermos.




Cola dos exercícios anteriores.
Estudo de improvisação 1.1



Com as mesmas harmonias de 1.1a, 1.1b, 1.1c e 1.1d, faça os exercícios a seguir, de 1.1e até 1.1h.

Agora começaremos de forma DESCENDENTE.
Exercício 1.1


1.1e – Inicie o exercício pela Tônica e toque sempre o primeiro descendente e o outro ascendente, e o resto da sequencia vai depender do caminho harmônico que tivermos.



1.1f – Inicie o exercício pela Terça e toque sempre o primeiro descendente e o outro ascendente, e o resto da sequencia vai depender do caminho harmônico que tivermos.


1.1g – Inicie o exercício pela Quinta e toque sempre o primeiro descendente e o outro ascendente, e o resto da sequencia vai depender do caminho harmônico que tivermos.


1.1h – Inicie o exercício pela Sétima e toque sempre o primeiro descendente e o outro ascendente, e o resto da sequencia vai depender do caminho harmônico que tivermos.



1.1 e.f.g.h





Os exercícios resolvidos na seção download!!!

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